quarta-feira, 27 de abril de 2011

Saí ileso (e com a bike) de uma tentativa de assalto

Não bastasse o trânsito violento ao qual nós ciclistas estamos sujeitos, há também a violência urbana comum, que hoje resolveu me dar as caras. Indo de bike para o trabalho, como faço normalmente, fui vítima de uma tentativa de assalto. Enquanto trafegava por um dos únicos trechos do caminho em que há uma ciclovia, no bairro Rebouças, dois piás crackentos, com não mais de 15 anos, que ironicamente também estavam de bicicleta, foram me "acompanhando" por mais ou menos uns 100 metros, até que um deles me fechou e deu a voz de assalto: "Me passa a bicicleta aí se não eu te furo com uma faca",  disse insinuando ter uma por debaixo da camiseta. "Que faca o que...sai fora!", respondi, antes de engatar uma marcha pesada e sair sem pagar para ver se havia de fato uma faca ou não na jogada. Antes disso, o que aparentava ser o mais velho ainda gritou ao outro para "chutar" [roubar, na gíria dos crackentos] minhas coisas, possivelmente de olho na mochila (que só tem ferramentas de emergência da bike e meu crachá da empresa).
Quando cheguei ao cruzamento mais próximo, por sorte, encontrei uma viatura da Polícia Civil, cujo lema é "Servir e Proteger". Ainda sob o impacto do nervosismo, relatei a tentativa de assalto ao policial que dirigia e indiquei onde os pivetes estavam. A resposta foi imediata: "Por aqui não dá para virar e voltar por aquela rua porque é contramão", disse, antes do sinal abrir e ele arrancar com a viatura.
Por azar...vivo no Brasil!
Apenas lembrando o comentário quase profético do João Paulo Pimentel, feito aqui mesmo no blog, há dois dias, sobre o uso da bike como meio de transporte na Europa:
"Outro aspecto a ser analisado para a popularização (ou não) da magrela é a segurança. Aqui, o índice de furto de bicicletas é bastante alto e o mercado negro é uma loucura. Porém, roubos (em que a vítima é abordada por um assaltante) são praticamente inexistentes... No Brasil, a realidade é um pouco diferente. As pessoas têm medo de sair com um relógio no pulso, imagine então uma bicicleta..."
Furto de bike, na pior das hipóteses, um bom cadeado resolve. Violência urbana com ameaça e, principalmente, a indiferença de quem deveria "servir e proteger" são problemas bem mais complexos...

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