sexta-feira, 29 de abril de 2011

Transpantaneira no Pedal: a rota, os planos e mais alguns devaneios saudosistas


Faltando exatos 50 dias, as passagens estão compradas e a rota já está traçada, como por ser visto logo acima. Serão aproximadamente 650 quilômetros, percorridos em dez dias (média de 65 km/dia), entre Cuiabá, Poconé, Porto Jofre e -- voltando em direção ao norte --, até a Chapada dos Guimarães, no estado do Mato Grosso.
O nome que escolhemos para a aventura foi "Expedição Traspantaneira no Pedal". Durante todo o caminho seremos só nós quatro: eu, minha esposa Andreza e nossas duas bicicletas. Nos próximos dias vamos começar a equipar as bikes com os bagageiros e alforjes necessários para a viagem.
Aliás, consegui o que parecia impossível: um bagageiro para a minha Caloi SK. A bicicleta tem um amortecedor no quadro, que é fantástico, mas que acaba dificultando a instalação de um equipamento essencial para viagens como essa. Por sorte um camarada de pedal (Namir) conseguiu adaptar um bagageiro na SK dele e ficou de me emprestar o equipamento. Aliás, devo passar na casa dele amanhã para tomar uma cerveja e ouvir as histórias da travessia que ele fez de Curitiba à Foz do Iguaçu no pedal, roteiro que também está nos meus planos.
E por falar em planos, esse pedal pela Transpantaneira, é sonho antigo -- coisa de quase 15 anos atrás --, daqueles tempos em que eu pedalava 22 quilômetros todo fim de tarde, de casa até Bueno de Andrada, distrito de Araraquara, onde comia uma coxinha no Bar do Freitas, tomava uma garrafinha de Coca-Cola bem gelada e pendurava tudo na conta. Isso bem antes do Ignácio de Loyola Brandão, meu conterrâneo, elevar as referidas coxinhas ao status de patrimônio culinário, após publicar uma coluna intitulada "As Coxinhas Douradas de Bueno", no jornal O Estado de S. Paulo.
Voltando ao Pantanal, como já tinha ido para a região de Aquidauana (MS) algumas vezes com meu pai, ficava sonhando, enquanto pedalava a rota de Bueno, como seria percorrer aquelas trilhas pantaneiras de bicicleta. Outro sonho, também daquela época, era o de conhecer Machu Picchu, no Peru, algo que ainda não cumpri. Quem sabe agora? E por que não ir de bike?
Pois bem. No fim o tempo passou, troquei minha bike de trilhas por uma de estrada, que logo depois foi furtada. Depois disso, com 15 anos, me mudei para Curitiba, onde namorei, estudei, virei jornalista, casei e fiquei e mais de uma década longe da minha grande paixão de adolescência. Até que, há cerca de um ano, resolvi ter de novo uma bicicleta em minha vida. Com ela, resgatei um pouco daquela alegria e tranquilidade de pedalar no fim de tarde e de sonhar enquanto isso, sem perder o equilíbrio. Coisa que, por um certo tempo, tinha virado apenas uma vaga lembrança.

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