Lá é comum ir e vir de bike para o trabalho. Por aqui, o curitibano médio ainda pensa que carro é símbolo de status e acha "cool" ficar preso nos engarrafamentos cada vez mais comuns nas ruas da cidade.
A classe média local, aliás, está em polvorosa com a inflação na bomba de gasolina. Há até o chamamento para uma mobilização cívica pelo Facebook, conclamando os motorizados a boicotarem os postos da Petrobras como estratégia econômica para baixar os preços. Se esquecem, porém, que, no fim das contas, é das refinarias da mesma Petrobras que sai o combustível dos outros postos. Há também aqueles que expressam sua insatisfação com o aumento no preço do etanol e da gasolina postando ícones como este:
É válido mostrar essa indignação, mas não resolve. Só existe, de fato, uma forma de ficar totalmente imune a esse "assalto" -- que, vale lembrar, também ocorre com quem tem que desembolsar R$ 5 por dia para andar nos ônibus lotados, que já foram modelo internacional de transporte público no passado distante.
A vacina é a bicicleta e o povo europeu já percebeu isso. Segue o relato do meu editor-licenciado João Paulo Pimentel, que está passando uma temporada de estudos no Velho Continente:
"O fato é que, tanto aqui na Alemanha como na vizinha Holanda, as bikes são usadas por gente de todas as idades e de todas as classes sociais. Isso ocorre porque, de um lado, a infraestrura de ciclovias e apoio aos ciclistas é gigantesca. Mas, no fundo, creio que outro motivo está no bolso. Além de o combustível ser muito caro na Europa (o litro da gasolina sai por mais de 1,70 euro na Holanda), o transporte público também tem valores salgadíssimos -- apesar de a qualidade ser excelente."Lá, portanto, a resposta ao preço dos combustíveis é outra:
Curitiba pode sim ser mais europeia. Mas ainda tem muito o que pedalar para chegar lá!
Nossa, que honra ver meu comentário aqui no seu novo blog!
ResponderExcluirAgora já estou na Holanda -- o país dos moinhos, do leite e das bicicletas.
Outro aspecto a ser analisado para a popularização (ou não) da magrela é a segurança. Aqui, o índice de furto de bicicletas é bastante alto e o mercado negro é uma loucura. Porém, roubos (em que a vítima é abordada por um assaltante) são praticamente inexistentes... No Brasil, a realidade é um pouco diferente. As pessoas têm medo de sair com um relógio no pulso, imagine então uma bicicleta... Enfim, talvez seja papo para um outro post.
Obrigado e parabéns pelo blog! Vou acompanhar!