domingo, 17 de abril de 2011

Inter-Canaletas


Quando já estava quase dando meu sábado por perdido, sucumbindo à preguiça, eis que meu celular toca, por volta das 14 horas. Do outro lado da linha, meu amigo Fábio Mazzardo -- guerreiro das duas rodas com alguns milhares de quilômetros rodados pela América Latina --, me chamando para dar uma pedalada. Convite irrecusável. No horário combinado, cheguei a casa dele e a primeira questão foi: qual o roteiro?
Como eu não tinha nada em mente, ele acabou propondo "pegar alguma canaleta e ir embora".
Na hora hesitei. Não pedalo nas canaletas (vias expressas de circulação exclusivas dos ônibus, aqui em Curitiba) . Por ser proibido para as bicicletas, prefiro compartilhar as ruas com os carros -- algo que o Código de Trânsito Brasileiro me garante o direito. Mas, de qualquer forma, acabei topando a ideia.
Depois de uma breve aula teórica sobre como pedalar nessas vias, pegamos a canaleta na avenida 7 de Setembro, na altura da 24 de maio. De lá seguimos rumo a Praça do Japão, continuamos pela República Argentina até o terminal do Portão. Seguimos então pela Winston Churchill até o Terminal do Pinheirinho e continuamos sentido Sítio Cercado -- onde encaramos uma subida nervosa, que chegou a assustar. Seguindo em frente, caímos na Marechal Floriano. Antes do Terminal do Boqueirão, porém, fizemos um desvio de um quilômetro e meio bairro adentro para uma rápida visita na casa do meu pai, onde reabastecemos as caramanholas de água gelada -- o que restava já estava quente e com gosto de plástico. Retomamos a Marechal, pela canaleta e seguimos até a 7 de Setembro, de onde eu segui para casa e o Mazza para a dele. O pedal conjunto deu 42 km; sendo 50 km para mim, até a porta de casa.

As canaletas
Quebrando todo o meu preconceito, a experiência de pedalar pelas canaletas foi surpreendente. Sei que fazer isso continua proibido, mas a conclusão é de que o pedal rende muito mais. Além disso, pedalar nessas vias não te dá aquela preocupação constante em relação ao fluxo de carros e o perigo constante de motoristas malucos que passam tirando tinta da sua bike. Nos fins de semana, o movimento de ônibus é bem reduzido e, tendo todas as precauções, acho que dá para circular por ali numa boa. Aliás, também me surpreendeu o número de ciclistas com que cruzamos durante todo o trajeto, também trafegando pelas canaletas.
Nos deslocamentos do dia a dia, continuarei firme, compartilhando as ruas com os carros. Mas não descarto voltar a usar as canaletas como rota nos fins de semana. Aliás, seria perfeitamente viável criar faixas cicláveis ao longo de toda a malha de canaletas de Curitiba. Li que em algumas cidades o modelo existe e é viável. Então, porque tê-lo aqui?

Números do pedal



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