sábado, 30 de abril de 2011

Pare e pense: o respeito a vida depende de cada um de nós



Bela iniciativa do Governo Federal, via Denatran, que também deveria ser replicada pelos órgãos estaduais e municipais de trânsito.

Para blog do Portal Jovem Pan, rua não é lugar de bicicleta

Para blog do Portal Jovem Pan, rua não é lugar de bicicleta, via blog Vá de Bike.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Transpantaneira no Pedal: a rota, os planos e mais alguns devaneios saudosistas


Faltando exatos 50 dias, as passagens estão compradas e a rota já está traçada, como por ser visto logo acima. Serão aproximadamente 650 quilômetros, percorridos em dez dias (média de 65 km/dia), entre Cuiabá, Poconé, Porto Jofre e -- voltando em direção ao norte --, até a Chapada dos Guimarães, no estado do Mato Grosso.
O nome que escolhemos para a aventura foi "Expedição Traspantaneira no Pedal". Durante todo o caminho seremos só nós quatro: eu, minha esposa Andreza e nossas duas bicicletas. Nos próximos dias vamos começar a equipar as bikes com os bagageiros e alforjes necessários para a viagem.
Aliás, consegui o que parecia impossível: um bagageiro para a minha Caloi SK. A bicicleta tem um amortecedor no quadro, que é fantástico, mas que acaba dificultando a instalação de um equipamento essencial para viagens como essa. Por sorte um camarada de pedal (Namir) conseguiu adaptar um bagageiro na SK dele e ficou de me emprestar o equipamento. Aliás, devo passar na casa dele amanhã para tomar uma cerveja e ouvir as histórias da travessia que ele fez de Curitiba à Foz do Iguaçu no pedal, roteiro que também está nos meus planos.
E por falar em planos, esse pedal pela Transpantaneira, é sonho antigo -- coisa de quase 15 anos atrás --, daqueles tempos em que eu pedalava 22 quilômetros todo fim de tarde, de casa até Bueno de Andrada, distrito de Araraquara, onde comia uma coxinha no Bar do Freitas, tomava uma garrafinha de Coca-Cola bem gelada e pendurava tudo na conta. Isso bem antes do Ignácio de Loyola Brandão, meu conterrâneo, elevar as referidas coxinhas ao status de patrimônio culinário, após publicar uma coluna intitulada "As Coxinhas Douradas de Bueno", no jornal O Estado de S. Paulo.
Voltando ao Pantanal, como já tinha ido para a região de Aquidauana (MS) algumas vezes com meu pai, ficava sonhando, enquanto pedalava a rota de Bueno, como seria percorrer aquelas trilhas pantaneiras de bicicleta. Outro sonho, também daquela época, era o de conhecer Machu Picchu, no Peru, algo que ainda não cumpri. Quem sabe agora? E por que não ir de bike?
Pois bem. No fim o tempo passou, troquei minha bike de trilhas por uma de estrada, que logo depois foi furtada. Depois disso, com 15 anos, me mudei para Curitiba, onde namorei, estudei, virei jornalista, casei e fiquei e mais de uma década longe da minha grande paixão de adolescência. Até que, há cerca de um ano, resolvi ter de novo uma bicicleta em minha vida. Com ela, resgatei um pouco daquela alegria e tranquilidade de pedalar no fim de tarde e de sonhar enquanto isso, sem perder o equilíbrio. Coisa que, por um certo tempo, tinha virado apenas uma vaga lembrança.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sábado tem Bicicletada: cidadania sobre duas rodas!


"Mais feijão com arroz, menos CO²!", "O bom motorista é amigo do ciclista!", "Ah, aha, eu não pago IPVA!". Se neste sábado você ficar parado em algum cruzamento nas ruas de Curitiba e, de dentro do seu carro, ouvir palavras de ordem como essas, não se assuste -- muito menos tente atropelar a massa crítica. É a Bicicletada que estará passando. 
Nós não estaremos atrapalhando o trânsito, nós somos o trânsito. Portanto, se for buzinar, que seja como sinal de apoio a um movimento que une pessoas em mais de 200 cidades de todo o planeta. 
A Bicicletada não se trata de anarquia muito menos de rebeldia sem causa. Há uma causa política, sim, mas que não é de direita nem de esquerda, muito menos de centro. É apenas uma causa humanista: fazer das cidades um lugar melhor para se viver. luta é contra o individualismo e a estratégia para vencê-lo é botar as bikes no asfalto, tomar as ruas e ocupar um espaço que é público. 
O único requisito para participar do movimento é deixar o veículo motorizado de lado, ao menos no sábado. Sem se esquecer, é claro, de tratar com respeito motoristas, pedestres e ciclistas para dar o exemplo de uma postura civilizada.
Bicicletada
Quando: Sábado, 30 de abril
Onde: Reitoria da UFPR, (Rua Amintas de Barros esq. com Dr. Faivre)
Horário: Saída às 10 horas. Mas chegue antes para conversar e fazer amigos.

Hitler x ciclistas de Curitiba - GENIAL!


CLIQUE EM CC NO MENU PARA LER AS LEGENDAS EM PORTUGUÊS
Fonte: http://pedaleiro.com.br

Alerta do Blog: "Essa é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com estilos de governar, projetos urbanísticos e acontecimentos reais terá sido mera coincidência".

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Saí ileso (e com a bike) de uma tentativa de assalto

Não bastasse o trânsito violento ao qual nós ciclistas estamos sujeitos, há também a violência urbana comum, que hoje resolveu me dar as caras. Indo de bike para o trabalho, como faço normalmente, fui vítima de uma tentativa de assalto. Enquanto trafegava por um dos únicos trechos do caminho em que há uma ciclovia, no bairro Rebouças, dois piás crackentos, com não mais de 15 anos, que ironicamente também estavam de bicicleta, foram me "acompanhando" por mais ou menos uns 100 metros, até que um deles me fechou e deu a voz de assalto: "Me passa a bicicleta aí se não eu te furo com uma faca",  disse insinuando ter uma por debaixo da camiseta. "Que faca o que...sai fora!", respondi, antes de engatar uma marcha pesada e sair sem pagar para ver se havia de fato uma faca ou não na jogada. Antes disso, o que aparentava ser o mais velho ainda gritou ao outro para "chutar" [roubar, na gíria dos crackentos] minhas coisas, possivelmente de olho na mochila (que só tem ferramentas de emergência da bike e meu crachá da empresa).
Quando cheguei ao cruzamento mais próximo, por sorte, encontrei uma viatura da Polícia Civil, cujo lema é "Servir e Proteger". Ainda sob o impacto do nervosismo, relatei a tentativa de assalto ao policial que dirigia e indiquei onde os pivetes estavam. A resposta foi imediata: "Por aqui não dá para virar e voltar por aquela rua porque é contramão", disse, antes do sinal abrir e ele arrancar com a viatura.
Por azar...vivo no Brasil!
Apenas lembrando o comentário quase profético do João Paulo Pimentel, feito aqui mesmo no blog, há dois dias, sobre o uso da bike como meio de transporte na Europa:
"Outro aspecto a ser analisado para a popularização (ou não) da magrela é a segurança. Aqui, o índice de furto de bicicletas é bastante alto e o mercado negro é uma loucura. Porém, roubos (em que a vítima é abordada por um assaltante) são praticamente inexistentes... No Brasil, a realidade é um pouco diferente. As pessoas têm medo de sair com um relógio no pulso, imagine então uma bicicleta..."
Furto de bike, na pior das hipóteses, um bom cadeado resolve. Violência urbana com ameaça e, principalmente, a indiferença de quem deveria "servir e proteger" são problemas bem mais complexos...

terça-feira, 26 de abril de 2011

Pedal noturno e prosa boa

Acabo de chegar do Pedala Curitiba desta terça-feira. Hoje fui sozinho, mas encontrei por lá o Oldy, irmão do Fábio, que, como ele, é pedaleiro com mais de 12,7 mil quilômetros rodados pela América Latina. O trajeto de hoje foi levinho, com uma ou duas subidas um pouco mais puxadas, mas que deu para tirar de letra, sem perder o fôlego da conversa -- que aliás durou o trajeto inteiro e poderia continuar por mais uns 1.000 quilômetros, no mínimo. Por isso, já marcamos novos pedais juntos.


segunda-feira, 25 de abril de 2011

A tese da Curitiba europeia e a inflação dos combustíveis


"Curitiba é a capital mais europeia do Brasil", propalam aos quatro ventos os curitibanos mais orgulhosos de sua terra. Se têm ou não razão, não vem ao caso. Mas, para os que defendem a tese, fica a pergunta: porque então não adotar aqui, na terra das araucárias, os bons hábitos e exemplos do povo europeu?
Lá é comum ir e vir de bike para o trabalho. Por aqui, o curitibano médio ainda pensa que carro é símbolo de status e acha "cool" ficar preso nos engarrafamentos cada vez mais comuns nas ruas da cidade.
A classe média local, aliás, está em polvorosa com a inflação na bomba de gasolina. Há até o chamamento para uma mobilização cívica pelo Facebook, conclamando os motorizados a boicotarem os postos da Petrobras como estratégia econômica para baixar os preços. Se esquecem, porém, que, no fim das contas, é das refinarias da mesma Petrobras que sai o combustível dos outros postos. Há também aqueles que expressam sua insatisfação com o aumento no preço do etanol e da gasolina postando ícones como este: 
É válido mostrar essa indignação, mas não resolve. Só existe, de fato, uma forma de ficar totalmente imune a esse "assalto" -- que, vale lembrar, também ocorre com quem tem que desembolsar R$ 5 por dia para andar nos ônibus lotados, que já foram modelo internacional de transporte público no passado distante. 
A vacina é a bicicleta e o povo europeu já percebeu isso. Segue o relato do meu editor-licenciado João Paulo Pimentel, que está passando uma temporada de estudos no Velho Continente: 

"O fato é que, tanto aqui na Alemanha como na vizinha Holanda, as bikes são usadas por gente de todas as idades e de todas as classes sociais. Isso ocorre porque, de um lado, a infraestrura de ciclovias e apoio aos ciclistas é gigantesca. Mas, no fundo, creio que outro motivo está no bolso. Além de o combustível ser muito caro na Europa (o litro da gasolina sai por mais de 1,70 euro na Holanda), o transporte público também tem valores salgadíssimos -- apesar de a qualidade ser excelente." 
Lá, portanto, a resposta ao preço dos combustíveis é outra:

Curitiba pode sim ser mais europeia. Mas ainda tem muito o que pedalar para chegar lá! 

Pedala Curitiba (26/04)

Nesta terça-feira tem o Pedala Curitiba. 
A concentração dos ciclistas acontece na praça Garibaldi, no Largo da Ordem, entre as 19h45 as 20h15.

Todos os passeios são monitorados por técnicos da Secretaria de Esporte e acompanhado por guardas municipais e agentes da Diretran, com serviço de apoio para atender a eventuais necessidades e socorro aos ciclistas.

É OBRIGATÓRIO O USO DO CAPACETE

Serviço:
Pedala Curitiba
Concentração: Praça Garibaldi – São Francisco
Horário de Concentração: 19h45 / Largada: 20h15
Percurso: 15,8 km
Dificuldade: média

Idade mínima: 15 anos

Roteiro
Clique no mapa para vê-lo ampliado

domingo, 24 de abril de 2011

Passeio pelo Campo (Magro e Largo)

Para encerrar o feriado de páscoa saí sozinho para um pedal nervoso. Peguei a ideia do roteiro no site Bikely, um banco de dados colaborativo com sugestões de roteiros no mundo todo, incluindo muitas opções para os ciclistas curitibanos. E o cardápio escolhido para o dia foi cicloturismo rural.
Peguei a Manoel Ribas na altura das Mercês, passei por Santa Felicidade, Butiatuvinha e fui até chegar a Estrada do Cerne (PR-090), que liga Curitiba a Campo Magro. Apesar das subidas (sempre compensadas por descidas), a estrada é bem bonita, o tráfego é tranquilo e dá para apreciar muito verde e lindas casas nas chácaras e sítios pelo caminho. Dá também para ver muitas vacas, carneiros, cavalos, galinhas e -- melhor de tudo --, sentir cheiro de mato.
O município de Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba, me surpreendeu positivamente. Lá, a prefeitura implantou uma rota de turismo rural envolvendo as chácaras e sítios locais, que foram transformados em restaurantes coloniais, pesque-pagues e estâncias de lazer. Sem tempo para conhecer tudo isso ou ainda passear pelas trilhas e cachoeiras locais, acabei parando rapidinho logo na entrada da cidade para comprar uma água e comer alguma coisa. O lugar escolhido foi o "Bendita Benedita Armazém" -- um local super caprichoso com uma dona simpática e conversadeira.
Tomei uma água de côco em um só gole e comprei uma garrafinha de água mineral para garantir a hidratação no restante do caminho. Para forrar o estômago acabei levando um queijo colonial, daqueles com casquinha dura por fora e macio por dentro.
De lá, segui para Bateias, um distrito de Campo Magro. Nesse trajeto peguei a maior descida do caminho, onde atingi exatos 60,0 km (devidamente registrados pelo odômetro). Chegando em Bateias acabei errando uma entrada e pedalei cerca de dois quilômetros a mais, de subida, antes de perceber que estava perdido, pedir informações e voltar. Se continuasse reto pela Estrada do Cerne sairia lá em Castro, segundo o morador local que me deu as coordenadas corretas.
De volta ao caminho, segui rumo a Campo Largo. No caminho parei ainda na Magda, uma amiga que tem uma chácara lá em Bateias. Visitinha rápida, só para dar um "oi" e reidradar a garganta já seca. Dali para frente foi o trecho mais "pesado" com as maiores subidas do caminho. Chegando na entrada de Campo Largo peguei a BR-277 sentido Curitiba, também com subidas fortes e trânsito pesado. Os últimos 20 km da estrada, até a entrada de Curitiba, estavam congestionados com o fluxo da volta do feriadão.
Em alguns trechos de descida, em que era possível atingir 45-50 km/h dava para ir "ultrapassando" pelo acostamento os carros parados na estrada. Nesta parte da viagem deu algum bug na câmera do celular e acabei não conseguindo tirar fotos da fila de carros.
Cheguei no Parque Barigui por volta das 17h e de lá, subindo a Padre Anchieta, peguei o caminho de volta para casa. Ótimo pedal. Ótima maneira de fechar o feriadão com chave de ouro!

 
Fotos do pedal
Caminho Rural de Campo Magro
Bendita Benedita Armazém
Armazém por dentro

Entrada de Campo Magro

Carneirinhos pelo caminho

Plantações

Queijo para matar a fome


Comendo um queijinho

Início da BR-277, em Campo Largo

Homenagem do Niemeyer aos companheiros que tombaram pelo caminho

Feliz páscoa!

sábado, 23 de abril de 2011

Sobre democracia, voto livre e bicicletas

Cada pedal, um voto. Bike também é cidadania.
Parece bobagem, mas me orgulho de fazer parte daquela minoria de eleitores que ainda se lembra em quem votou na última eleição. E mais, daquela minoria, menor ainda, que lembra em quem votou e não se arrepende. Democracia é voto livre e o sentido de votar é justamente esse: delegar à alguém que compartilhe das mesmas bandeiras e ideais sua voz no Congresso Nacional.
Meu voto para deputado estadual na última eleição foi para o Dr. Rosinha (PT-PR), eleito para o mandato mandato 2011-15 com 93.509 votos do povo paranaense
Ontem, pela primeira vez na minha vida de eleitor, decidi colocar o poder dessa representatividade à prova. Mandei uma mensagem ao deputado pelo Facebook para apresentar o projeto Votolivre.org, que propõe a inclusão da bicicleta como modal de transporte regular em Curitiba através de um projeto de iniciativa popular. E, para minha surpresa, o Dr. Rosinha não só ajudou a divulgar a iniciativa para os seus milhares de eleitores/seguidores como também deu seu voto de apoio ao projeto.
Parece um gesto pequeno, mas que ajudou a renovar minha fé na Democracia. Um projeto de iniciativa popular representa, em essência, a inversão dos papéis: a sociedade civil organizada tomando as rédeas do processo político, lutando pelas suas bandeiras e necessidades reais. É o símbolo máximo de um Democracia madura e moderna; o povo legislando em causa própria -- ao invés de políticos fazendo isso.
Ao apoiar a iniciativa do Voto Livre, o Dr. Rosinha mostra estar antenado com o cicloativismo, um movimento legítimo e raro exemplo de mobilização política da classe média brasileira nas últimas décadas. 
A bicicleta, aliás, é hoje a bandeira política mais moderna em todo o mundo. Ela representa uma solução ao aquecimento global, mazela que afeta o meio ambiente. Bike é socialismo puro, representado na luta pelo compartilhamento das ruas, um bem público e de todos contra uma sociedade individualista, poluidora e motorizada. Bike é saúde, é economia -- vide o preço atual do etanol e da gasolina. Bicicleta é liberdade, igualdade e fraternidade.  
Precisamos de políticos com essa consciência. Precisamos de políticos que ouçam nossa voz e a ecoe. Sonho com o dia em que, pelo menos um de nossos representantes abra mão do auxílio gasolina para ir pedalando até o Congresso, Assembleia Legislativa ou Câmara de Vereadores.
O que o Dr. Rosinha fez -- um post no Facebook sobre as bikes -- é apenas o primeiro passo. Mas, mesmo assim, me senti devidamente representado. Isso é democracia. Isso é Voto Livre. 
  

Para se propor um projeto de iniciativa popular em Curitiba, é necessária a adesão de ao menos 5% do eleitorado, ou cerca de 65 mil assinaturas. Eu apoio. E você?

www.votolivre.org
Objetivo? Encaminhar proposta de lei municipal por iniciativa popular. Ação inicial? A Lei da Mobilidade Sustentada Urbana (Lei da Bicicleta). Do que se trata? A Lei da Bicicleta institui a bicicleta como modal de transporte regular.

A história do meu primeiro (e oxalá único) atropelamento

Bicicletada da Paz, em Curitiba: solidariedade aos ciclistas de Porto Alegre
Entrevista que dei a rádio CBN Curitiba, no início de março, lembrando do episódio bizarro em que fui atropelado, virei réu em um processo por "desacato" a um agente da Diretran e, no fim, descobri quem era o motorista que me atropelou pelo Twitter. Minha participação é a partir dos 2:00 minutos.


CBN Curitiba - A rádio que toca notícia
(Para ouvir, clique no link e depois em "Ouça a notícia")

Investimento da prefeitura em ciclovias: R$ 0,00

Rede de ciclovias de Curitiba recebe investimento recorde da prefeitura: R$ 0,00
Acabo de acessar o site Curitiba Aberta, que registra a aplicação dos recursos públicos municipais, e o que vi não me surpreendeu. A Prefeitura de Curitiba ainda não investiu, em 2011, um real sequer na rede de ciclovias da cidade. Dinheiro para isso não falta já que o orçamento deste ano destina R$ 2 milhões para "implantação e revitalização da infraestrutura cicloviária do município". Mesmo assim, a prefeitura não implanta nem revitaliza coisa alguma.O que está faltando então? 
Ok, concordo que com "só" R$ 2 milhões não dá para fazer uma revolução -- como vem fazendo Buenos Aires, por exemplo --, mas esse recurso, se bem aplicado, poderia ajudar a melhorar o que temos por aqui.
No ano passado, foi a mesma coisa. O orçamento de 2010 previa R$ 2,27 milhões para as ciclovias. Uma revisão orçamentária reduziu a quantia para R$ 26 mil, um corte de 99,6%. Mesmo assim, o valor empenhado durante o ano todo foi igual a zero.
Já para os gastos com divulgações das ações de governo o orçamento inicial de 2010 previa R$ 13,8 milhões e foi revisado para R$ 16,4 milhões, com um acréscimo de quase 20% sobre a estimativa inicial. A prefeitura torrou, por mês, mais de um "orçamento das ciclovias": R$ 2,75 milhões. 
E, se não me falha a memória, não houve nada relacionado a campanhas educativas explicando ao motorista curitibano que a rua é de todos e deve ser compartilhada com os ciclistas. 
Lembrando ainda que, ao menos em tese, uma das principais funções dos vereadores é justamente fiscalizar a execução orçamentária. Ano que vem tem eleições municipais. Quem vamos colocar lá?


Dados de Despesas - Curitiba Aberta
>  URBANISMO
R$ 61.762.858,26
>  Infraestrutura Urbana
R$ 6.940.477,39
>  PROGRAMA MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE
R$ 45.000,00
>  IMPLANTAÇÃO E REVITALIZAÇÃO DE INFRAESTRUTURA CICLOVIÁRIA DO MUNICÍPIO
R$ 0,00
>  Recursos Ordinários (Livres)
R$ 0,00

Despesa Total
Orçado Anual Inicial
Orçado Anual Atualizado
Valor Pago Mensal
 DESPESAS DE CAPITAL
R$ 2.090.000,00
R$ 2.090.000,00
R$ 0,00
Fonte: Curitiba Aberta

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Barigui noturno

Acabo de voltar de uma pedalada noturna até o Parque Barigui. Impressionante: por volta das 20 horas, o parque estava cheio, parecendo fim de tarde em pleno horário de verão! Tinha muita gente andando de bike, passeando com o cachorro, namorando, correndo...
Como fazia tempo que não ia até lá de noite, não sei exatamente se a causa disso é a iluminação nova do parque. Para mim pareceu que é. Mesmo se não for, fica o registro de que os novos postes com luz branca deixaram o parque mais bonito e seguro durante a noite.
Em tempo: as ciclovias do Barigui também estão em boas condições. Foram pintadas faixas de sinalização, separando-as claramente da pista de caminhada e corrida, dando mais segurança a todos que por ali circulam. 





Para refletir

"É o ciclista que está culturalmente mais evoluído em relação aos motoristas ou é pura ignorância de uma sociedade tapando os olhos para o óbvio?", Adilson Kussem, na Coluna do Leitor da Gazeta do Povo (22/04/2011).

Meu primeiro amigo curitibano

"Frei" Diogo agora anda de bike. "Minha culpa, minha tão grande culpa"

Diogo Mendes aderiu ao pedal. E, ao que parece, a "culpa" foi minha. Diogo foi meu primeiro amigo curitibano. Conheci esse figura aos 15 anos, quando me mudei de Araraquara para essa fria capital sulista, nos idos de 1999, e fui estudar o 2º colegial no colégio estadual Senador Xavier da Silva, ali na Silva Jardim. Ainda me sentia bem deslocado nessa cidade e não fazia muita questão de conquistar novos amigos, já que os "de verdade" haviam ficado lá, no interior de São Paulo.
 Mas o Diogo quebrou minha resistência aos curitibanos. Atleticano, homem de fé, com fala mansa e um jeitinho meio caipira,  no melhor sentido do termo -- ele é de Umuarama, no Noroeste do estado --, ele é daquele tipo de gente que, quem conhece de verdade, acha impossível não tê-lo em conta no seleto grupo dos "melhores amigos".
Simples assim. E essa amizade resistiu até mesmo à "separação" do colégio. Chegamos a trabalhar juntos como "xeroqueiros" na Universidade Tuiuti do Paraná. Pouco tempo depois, Diogo e sua família -- que inclui o Daniel, cópia fiel do Diogo e, claro, gente boníssima -- se mudaram para Boston, nos EUA, para refazer a vida longe da violência brasileira, que ceifou a vida de seu pai. Fui me despedir deles no aeroporto de Curitiba e lembro perfeitamente da estranha sensação de "perder" uma pessoa querida ainda viva. 
Mesmo assim, a amizade também sobreviveu à distância, graças a internet. Uns dois ou três anos depois, Diogo voltou ao Brasil, na tentativa de virar frei -- uma espécie de padre que só não pode rezar missa, segundo me explicou. Mas a empreitada acabou não dando certo -- aí, particularmente, acho que o que pegou foi aquela parada de voto de castidade --, e ele acabou voltando para a vida de Boston. 
Agora, para minha surpresa, descubro que meu amigo começou a pedalar. "Comecei a trampar de magrela há duas semanas. Não tem sido todo dia porque ainda está fazendo um friozinho de 'gelar a moleira do caboclo'", relata Diogo, lá do hemisfério Norte. Quando faz sol, ele pedala; quando não faz, não. "Mas tem dias que a meteorologia marca chuva e não chove, dá uma raiva!". 
Segundo ele, pedalar nos States é bem tranquilo. "As ruas são largas e os motoristas respeitam bastante. O trajeto que eu faço tem uma parte com ciclovia e o resto eu  uso a rua mesmo". Segundo ele, buracos existem tanto aqui quanto lá, mas o respeito dos americanos aos ciclistas faz com que "buracos" se tornem mais preocupantes do que o próprio trânsito. (Que inveja! Quem dera nossos problemas fossem apenas este!) 
Diogo conta que gastou US$ 110 para comprar a bike. Colocou mais alguns acessórios e fez uma manutenção, pela qual não desembolsou mais de US$ 50. "Pelas minhas contas eu estou economizando mais ou menos esse valor por mês. Eu gastava de gasolina semanalmente US$ 40 e mais US$ 5 de pedágio, sem contar troca de óleo e a manutenção básica do carro", calcula. 
Agora, à revelação: "Comecei com a idéia de comprar uma magrela por tua culpa, Alexandre. Eu via seus posts no Facebook e comecei pensar nessa idéia". No fim, além da economia, parece que meu grande amigo descobriu que a bike também oferece muito mais! É isso mesmo, Diogo! Keep cycling! I miss you, brother! 

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Pedalando no Atuba, enquanto o coelhinho não vem...


Para começar bem o feriado prolongado, um roteiro rápido para pedalar a dois. Saímos de  casa -- Andreza e eu -- por volta das 9 horas e pegamos a canaleta do expresso no início da João Gualberto, no centro. Seguimos nela até o Santa Cândida, entre subidas e descidas (mais subidas que descidas, diga-se de passagem). De lá fomos até o trevo do Atuba, onde pegamos a BR-116 -- que um dia, quem sabe, será também Linha Verde e oxalá terá ciclovias seguras. Fazia muito tempo que eu não pedalava em uma rodovia -- ainda mais movimentada como essa, em especial com movimento de início de feriadão. Deu uma adrenalina boa e serviu de treino, já que na viagem ao Mato Grosso pegaremos bons trechos de estrada. Saímos da BR na altura do Jardim Botânico, e seguimos direto para casa, ainda antes da chuva que estava se armando e já começa a cair por aqui.





Estreando o novo ciclocomputador Cateye Velo 8

Pedal romântico

Entrando em forma

Já com cara de cansada
Techo urbano da BR-116, por enquanto Linha Vermelha

No Santa Cândida, após subir a Av. Paraná

terça-feira, 19 de abril de 2011

Pedal noturno!!!



Hoje levei a Andreza para curtir um pedal noturno no Pedala Curitiba, passeio semanal organizado pela prefeitura da cidade. O trajeto foi bem agradável, passando pelo Juvevê, Alto da XV, Jardim Botânico e Centro. 
Pela contagem oficial, 116 ciclistas participaram do evento mas, apesar da quantidade, o pedal foi insosso, sem as campainhas, palavras de ordem ou a animação tradicional das Bicicletadas curitibanas. Apenas ali na altura do Juvevê deu para ouvir alguém puxando o grito de "Menos gasolina, mais adrenalina". Era o nosso querido Gus Benke, na calçada, incentivando a galera do pedal! Deu para responder com uma saudação e alguns toques de campainha. Depois disso, o silêncio voltou. Dai para frente, só pedaladas e muita conversa, planejando o nosso pedal para a Transpantaneira.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Pedala Curitiba (19/04)

Nesta terça-feira tem o Pedala Curitiba. 
A concentração dos ciclistas acontece na praça Garibaldi, no Largo da Ordem, entre as 19h45 as 20h15.

Todos os passeios são monitorados por técnicos da Secretaria de Esporte e acompanhado por guardas municipais e agentes da Diretran, com serviço de apoio para atender a eventuais necessidades e socorro aos ciclistas.

É OBRIGATÓRIO O USO DO CAPACETE

Serviço:
Pedala Curitiba
Concentração: Praça Garibaldi – São Francisco
Horário de Concentração: 19h45 / Largada: 20h15
Percurso: 15,6 km
Dificuldade: média

Idade mínima: 15 anos


Roteiro


 Plano altimétrico

Chuva = caos total no trânsito de Curitiba

Só quem transita mesmo, é a bike!!!

Alexandre Costa Nascimento, via Palm Treo

Por uma sociedade do Pedal - II


DEPOIMENTO

Alexandre Costa Nascimento, repórter e usuário de bicicleta como meio de transporte

Publicado em 18/04/2011
Existe uma alternativa simples para resgatar as ruas como um espaço público de convivência. Cidades realmente inteligentes perceberam isso e saíram na frente implantando a bicicleta como modal de transporte urbano. Incentivar o uso das bikes não é algo que exija obras faraônicas ou grandes investimentos, mas sim visão de futuro e boa vontade política.
O modelo existe faz tempo e funciona na Europa e nos Estados Unidos. Ainda assim, bicicleta como meio de transporte não é sonho impossível ou coisa de “Primeiro Mundo”. O que nos faz subdesenvolvidos é justamente a incapacidade de perceber o óbvio: hoje, nada simboliza melhor o conceito de mobilidade urbana sustentável do que a boa e velha magrela.
Percebendo isso, cidades brasileiras como Recife, Blumenau, João Pessoa e Rio de Janeiro integraram as bicicletas ao cotidiano de suas ruas, assim como as vizinhas Buenos Aires e Bogotá. Já Curitiba não tem um prefeito que pedala nem mesmo para ficar bem na foto, enquanto a Câmara Municipal sequer tem um bicicletário em seu estacionamento.
As razões para investir nesse modal são óbvias. Motoristas no sinal buzinam uns aos outros por uma questão de segundos; se cumprimentam mostrando o dedo do meio; e, não raro, acabam se matando quando um carro esbarra no outro.
Mas existe vida além dos limites do para-brisas e da bolha de aço; e quem pedala sabe muito bem disso. Pedalar pelas ruas é viver a cidade e aprender a vê-la de outras maneiras. Quando se cruzam pelas ruas ou ciclovias da cidade, os ciclistas se cumprimentam com um “trim-trim” de campainha, interpretado como incentivo e não insulto. O dedo do meio é trocado pelo polegar para dizer: positivo, somos iguais e compartilhamos do mesmo estilo de vida. São códigos de reconhecimento, como os de uma sociedade secreta, incompreensível e invisível para os profano-motorizados. Uma sugestão: quando estiver parado em um engarrafamento, olhe para os lados e perceba, nós somos ciclistas-livres e estamos por aí, silenciosos, compartilhando as ruas e vivendo a cidade. Se quiser, você também pode fazer parte dessa sociedade do pedal. Mas não espere o convite de um iniciado, simplesmente pegue sua bike e comece a pedalar.